O tema é bastante interessante e ao mesmo tempo amplo, necessitando de muita reflexão. Para começar: o que é inclusão digital ou infoinclusao? Quem são de uma maneira geral os excluídos digitais?
Dizer que incluído digital é quem tem acesso ao computador, nos coloca diante de questões de ordem social, política e educativa, isto porque tudo que acontece na sociedade está interligado, os fatos não acontecem isoladamente.
Se por um lado as novas tecnologias, o uso da Internet, a cibercultura são acontecimentos inevitáveis, eles por si só não modificam a condição social de nenhuma comunidade, de nenhuma população. Estas questões têm raízes mais profundas, sociais e políticas, que vão afetar a educação e conseqüentemente a sociedade como um todo.
Ainda hoje, uma das formas de mobilidade social que existe é a educação e é preciso uma política pública educacional efetiva, que garanta à população o acesso a ela, de uma maneira adequada, não só para contar como números para os organismos internacionais. O que acontece muitas vezes é que quem pode pagar, freqüenta um bom ensino fundamental e médio. Assim, tem um acesso a uma universidade pública. Com a Internet acontece a mesma coisa. Quem tem acesso a um bom computador, com banda larga, possibilidade de adquirir conhecimentos sobre estas novas tecnologias, tem chance de utilizar melhor seus serviços.
Por tudo isso, verifica-se então que a inclusão digital não é um assunto que possa ser tratado isoladamente, visto que está ligado a outras questões mais abrangentes e que vêm antes dela ligadas á inclusão social e á educação. Assim não adianta vender computadores a preços acessíveis, equipar escolas, telecentros com computadores, até dar conhecimentos para que os alunos possam lidar com as novas tecnologias, se, há uma questão básica não resolvida que é a existência de analfabetos e os analfabetos funcionais, que não conseguem entender o texto lido.
Como já foi muito bem citado no texto de ensino, cada avanço da sociedade em descobertas, promove incluídos e também excluídos. Como exemplo, antes da escrita não havia analfabetos, antes da imprensa não haviam desinformados, assim como a chamada cibercultura e as tecnologias da Internet também excluem uma parcela da população. A questão não é, porém o aparecimento de novas tecnologias e sim pensar em meios para que cada vez mais, mais pessoas sejam incluídas neste universo.
Sem dúvida, o avanço da Internet é muito rápido e promove a produção de conhecimentos muito rapidamente também e que vai modificando a sociedade, que torna a produzir mais conhecimentos e assim por diante.
A respeito da EaD, por exemplo, é inegável seu beneficio para a educação. Muitas vezes o acesso à universidade, só é possível desta maneira. Temos tido a oportunidade de nos beneficiar das novas tecnologias e ir conhecendo também os bastidores da Internet. Os educadores de uma maneira geral e mais especificamente os educadores musicais devem estar atualizados com as novas tecnologias. Porém, uma coisa que não pode ser esquecida é que todo conhecimento só faz sentido se provocar mudanças para melhor na vida do ser humano. Devemos formar alunos com pensamento crítico e com capacidade de tomar decisões e colocá-las em prática.
A questão é pensar no homem e na sociedade como um todo. Ter um bom computador, conhecimentos para acessá-lo, estar conectado com a Internet e usufruir da mesma, só terá sentido se tudo isto puder trazer ao ser humano uma melhor qualidade de vida, e que todos possam dar sua colaboração na transformação da sociedade, sem privilegiar minorias.
As pessoas nascem, crescem, adquirem conhecimento tanto formal quanto informal, para serem melhores enquanto seres humanos, capacitados a terem voz e intervirem na família, na comunidade no universo, enfim. O propósito deve ser que as novas tecnologias levem o homem a compreender o mundo em que vivem, modificando-o quando necessário.
